Doug Hadden, VP de Produtos
Don Tapscott afirma que a transparência "a pasta de dentes está fora do tubo" e não podemos voltar a espremê-la num palestra Ted recente e entrevista na Brunswick Review.
De acordo com o Brunswick Review, a transparência tem implicações para o governo:
"Capacitação dos cidadãos: As novas formas de comunicar estão a deslocar o poder das elites no poder para as redes de cidadãos organizados. O papel das redes sociais, dos telemóveis e da Al Jazeera durante a primavera Árabe mostra o poder dos meios de comunicação social nas mãos de quem tem fome de mudança."
A transparência como motor dos quatro princípios do mundo aberto
Para Tapscott, a transparência será impulsionada pela Internet, impulsionada pelas alterações demográficas, pela crise financeira e por um tsunami social, a "tempestade perfeita". Tapscott observa que a imprensa levou ao fim do sistema feudal em direção à era industrial. A Internet permite que qualquer pessoa seja um produtor. Tapscott salienta que esta não é a "era da informação", mas sim a era da inteligência em rede. O resultado:
- Colaboração onde as redes sociais se transformam em produção social - o que se pensava ser lazer melhora a produtividade e a inovação
- Transparência em que a adequação institucional já não é opcional porque as instituições estão a ficar "nuas"
- Partilhar em que a informação nos bens comuns, e não a detenção de "propriedade intelectual", gera o maior valor e são criados novos modelos de negócio
- Capacitação a distribuição, a descentralização e a desagregação tornam-se poderosas
Implicações para os governos
Tapscott relaciona a transparência com a confiança nas empresas. Esta ideia aplica-se mais ao governo, onde existe um défice de confiança - alguns querem um governo mais pequeno, outros querem mais responsabilidade, muitos pensam que os políticos são corruptos.
"Vou dizer-vos numa frase. A confiança nos negócios é a expetativa de que a outra parte terá integridade e transparência. A expressão "O que é que eles estão a esconder?" mostra a relação entre transparência e confiança."
- Transparência encerra o défice de confiança. A exigência de abertura na administração pública só vai aumentar. É inevitável.
- Recorrer a crowdsourcing ou ser objeto de crowdsourcing. Os governos precisam de colaborar com os cidadãos para melhorar os resultados. Como refere Tapscott, a primavera Árabe e o movimento Occupy mostram-nos que os meios de comunicação social reduzem o custo da dissidência. Os governos precisam de aproveitar a sabedoria dos cidadãos para aproveitar o "excedente cognitivo" para melhorar as políticas públicas.
- A democracia amadurece da democracia "magra": eleições para algo mais substancial em que os cidadãos e a sociedade civil têm mais poder e influência. Por exemplo, a auditoria cidadã pode tornar-se um dever cívico.
- Transparência sustentável não significa que o governo continue a fazer o que sempre fez, mas sim transparência. O principal erro cometido pelos cépticos dos dados abertos é que os governos não podem suportar os custos a longo prazo da transparência. Isso só é verdade se o "modelo de negócio" do governo não mudar. Como já referi anteriormente, existe um proposta de valor de transparência.
Os governos podem inovar para reduzir custos e melhorar a produtividade através da transparência. E, na economia global, os países não podem ficar para trás na corrida à transparência. As empresas têm opções. Como já referi anteriormente:
A transparência é fundamental em muitas avaliações de governação utilizadas pelos indicadores de governação mundial do Banco Mundial (WGI) e pelo Corporação Desafio do Milénio (MCC). Indicadores de transparência utilizados para demonstrar a redução do risco comercial e ajudar a gerar fundos de doadores nos países em desenvolvimento incluem Índice de orçamento aberto para orçamentos abertos e Índice de vigilância das receitas para a transparência das receitas das indústrias extractivas. As normas internacionais de transparência incluem Iniciativa para a Transparência das Indústrias Extractivas (EITI) e a Iniciativa Internacional para a Transparência da Ajuda (IATI). Despesa Pública e Responsabilidade Financeira (PEFA) estão a ser amplamente utilizadas pelos doadores na tomada de decisões de financiamento. A transparência é um elemento-chave para 6 medições no Quadro de Medição de Desempenho PEFA.